Música: "No dia em que quase morri" (Celso Viáfora). Álbum: "A vida é". A canção reflete sobre a efemeridade e a fragilidade da suposta concretude das coisas. letra: Naquele dia em que quase morri passou o ônibus lotado e com isso eu encontrei minha madrinha A dinda mora tão perto daqui e a gente quase nunca se acarinha Caía uma garoa bem fininha o frio cortava feito um bisturi Com chuva e tudo o cara que faz música na Praça da República insistia em se exibir Pensei parar pra ouvir a sua obra mas cadê que tempo sobra? Sua voz cantou sozinha Naquele dia em que quase morri a catedral tocou os sinos e assisti ao revoar das andorinhas Bati o dedo e quase dei piti Ficava puto com qualquer coisinha Nasceu o neto da minha vizinha fizeram festa mas não pude ir Na fábrica passei do tom da crítica na discussão política e ofendi Seu Jurandir Invés de lhe chamar na mesma horinha pra acabar com a picuinha eu preferi ficar na minha Naquele dia o dia parecia um dia igual que repetia, repetia um dia tal e qual Então o tempo para o movimento quebra um rolamento o sol apaga ou o ar definha Naquele dia em que quase morri o universo estava ali a conspirar a meu favor e eu nem me atinha Naquele dia em que quase morri eu tinha a vida pra existir e achava tão pequenininho isso que eu tinha 1o. violino: Edgar Leite 2o. violino: Daniel Moreira (Cuca) viola: Daniel Pires violoncelo: Vana Bock voz, violão e arranjo: Celso Viáfora